Que coisa mais linda….
Toquinho e Vinicius produziram um dos mais belos poemas (Tarde em Itapuã) à cidade da Bahia e a um dos seus mais bucólicos bairros, retratando na música todos os encantamentos do lugar: o mar, o bar, a preguiça de sua gente, o arco-íris, o ar, a água de coco, o sol, a pinga, a terra a rodar, o céu, a lua e o amor.Um poema perfeito, popular, bem ao gosto do poetinha que, na época dessa composição, nos anos 1970, embalado nos braços de Gesse Gessy, uma mulata da terrinha, tomou férias com seu olhar esquecido e tornou-se o divino bardo, o Dante de Itapuã, como gostava de assinar somente na correspondência para os mais íntimos. Hoje pesquisadores de sua obra admitem que do poetinha só restou o eufemismo. Trata-se de um autêntico e valoroso bardo. | Um velho calção de banho O dia pra vadiar Um mar que não tem tamanho E um arco-iris no ar Depois na praia Caymmi Sentir preguiça no corpo E uma esteira de vime Beber uma água de côco É bom Passar uma tarde em Itapuã Ao sol que arde em Itapuã Ouvindo o mar de Itapuã Falar de amor em ItapuãEnquanto o mar inaugura Um verde novinho em folha Argumentar com doçura Com uma cachaça de rolha E com olhar esquecido No encontro de céu e mar Bem devagar ir sentindo A terra toda a rodar É bom Passar uma tarde em Itapuã Ao sol que arde em Itapuã Ouvindo o mar de Itapuã Falar de amor em ItapuãDepois sentir o arrepio Do vento que a noite traz É o diz-que-diz-que maçio Que brota dos coqueirais E nos espãos serenos Sem ontem nem amanhã Dormir nos braços morenos Da lua de Itapuã É bom |
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